O texto abaixo era pra ser apenas um comentário a um post no blog Sem Bolso. Mas ficou tão extenso que achei melhor publicar aqui também. Pra entender melhor, sugiro primeiro que leiam o link acima e depois vejam o texto abaixo.
Daniel,
Concordo com uma pequena parte do que você escreveu. Tenho preguiça de gente que vê homofobia em tudo e se arrepia por qualquer bobagem. E até acho que devo respeitar opinião de quem "não gosta de gays". Mas há limites pra tudo. E esse deputado ultrapassou todos eles.
"Não gostar de gays" é uma coisa. Ninguém é obrigado mesmo. Mas vincular homossesualidade a promiscuidade e doença é, sim, inaceitável. E dizer que pai tem que dar umas palmadas pra "corrigir filho viadinho" também. Só pra começar.
E uma pessoa dessas, no cargo que ocupa, falas essas coisas impunemente na TV, é que incentiva jovens marginais a agredir gays em plena Avenida Paulista, com lâmpada flourescente e tudo. Combatê-lo é inclusive ato de exemplo para a coletividade.
Concordo quando fala em se incentivar projetos educacionais, de conscientização da população, especialmente de crianças. Talvez faltem (notícias de) iniciativas daquilo que você chama tática do bem. Por outro lado, este deputado é quem está na frente de batalha contra contra uma iniciativa governamental chamada "Brasil Contra Homofobia", que distribui material educativo para crianças e jovens na escola, a fim exatamente de criar uma consciência de tolerância desde pequeno. Chama isso de "propaganda gay".
Por questões assim, penso que uma batalha contra esse sujeito não se restringe a "derrubar" uma pessoa por "não gostar de gays". É bem mais que punir um indivíduo qualquer que praticou um ato discriminatório. É dar um exemplo de que, num debate democrático e numa democracia plural, pode haver espaço para discordância mas com limites que devem ser observados, em respeito de seu antagonista.
Especialmente pelo cargo que ocupa, ele jamais poderia fazer certas declarações impunemente. Como já escrevi no Twitter: quem não respeita a democracia elementar não tem qualquer decoro parlamentar.