Ora sala de visitas, ora confessionário, ora abrigo. Sempre meu pequeno espaço virtual! Registro de fatos, pensamentos, sentimentos de um cara com uma história meio diferente do padrão comum. Aquele padrão que ninguém consegue seguir à risca e sempre infringe de alguma forma, às vezes explícita, às vezes velada. Até porque, de perto ninguém é normal.
Analitics
sábado, abril 30, 2016
segunda-feira, abril 18, 2016
Um cuspe na cara (e outro tiro no pé)
Durante muito tempo admirei a postura do Jean Wyllys no
Congresso, a coragem de ser o único deputado federal assumidamente LGBT e a
defesa de pautas progressistas. Mas o tempo no legislativo não parece ter feito
bem ao parlamentar.
Há tempos ele (e sua assessoria) tem demonstrado uma
arrogância e mania de superioridade perante seus críticos, especialmente a quem
o apóia (ou apoiava), mas discordava pontualmente de algum posicionamento ou
fala. Sua postura mais recorrente é a do “sou inteligente demais pra debater
com você, que é burro ou desonesto em demasia pra não me aplaudir”
Jean tem realmente nível intelectual bem maior que a grande
maioria dos seus colegas. Numa legislatura de nível tão baixo, deve ser mesmo
triste ver-se ao lado de vários corruptos notórios, outros hipócritas , donos
de currais eleitorais, etc. Talvez este isolamento no Congresso o tenha feito
se encastelar, e tenha lhe criado a ilusão de ser melhor do que realmente é.
Seu purismo no campo das ideias o fez se afastar de um mínimo traquejo
político, como se tal habilidade pudesse macular sua postura “superior”.
Por uma infantilidade dessas, Jean vira alvo fácil de
armadilhas dos seus adversários, que fazem festa a cada tropeço seu. Lembre-se
do caso do avião, em que ele se recusou a sentar-se ao lado do Jair Bolsonaro.
Um ato tão imaturo quanto inócuo, criando um factóide contra si próprio. Até o
Tiririca é mais esperto!
Tony Goes defende escreveu hoje sobre o caso, defendendo que Jean precisa contratar um assessor de imagem e controlar o próprio temperamento. Concordo, mas acho que o buraco é mais embaixo. Penso que ele
está acometido de um “eu-fodismo” crônico, que o impede de ver suas falhas e de
aceitar as críticas até de quem quer continuar a apoiá-lo. Sem uma autocrítica
verdadeira, não tem assessor que dê jeito. E, com isso, a população que seria
defendida por ele perde uma de suas raras vozes, e talvez seu representante
mais icônico.
Defendendo pautas espinhosas e relevantes, Jean demonstrou
ser muito mais que um mero “ex-BBB”. Mostrou ser um tipo de parlamentar
necessário, que não se resume a barganhar baixezas nos subterrâneos do
Congresso. No entanto, as disparar cusparadas no Plenário, em plena votação do
impeachment, mostrou descontrole digno de um “ex-Fazenda”.
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