Só que, nos outros dias, acabei não ficando em casa também. Na verdade, acabei saindo um bocado. Nada de segundas ou terceiras intenções, mas é que eu não consigo ficar em casa, parado, sozinho, num final de semana inteiro (principalmente num feriadão!). E também não fiz nada escondido do meu gatinho, que detesta sair à noite. Então ele prefere que eu saia sem ele e me divirta a me ver insatisfeito em casa (ou a ter que sair de noite comigo). Esse assunto rende um post, mas não é sobre isso que quero escrever hoje.
O interessante é que nas minhas saídas neste feriado, acabei por ver/encontrar quatro “ex” meus. Ex-namorado. Ex-rolo. Ex-ficante. Cada um com uma história diferente comigo, e cada um em uma situação bem distinta entre eles na atualidade. Pra facilitar, vou numerar os rapazes pela ordem em que os vi no feriado.
O Ex1 foi meu namorado por seis meses e meio. Combinei de encontrá-lo para vermos um show num festival que rolou na cidade. Ele estava com alguns amigos e com a atual namorada. Isso mesmo: namoradA (original de fábrica, com perereca e tudo). Ô mínimo que tem uma cabeça complicada... Tenho certeza de que ele gosta da menina, de verdade. Mas, por outro lado, várias vezes comentávamos um com o outro sobre os gatinhos que estavam lá no local. Parece que o cara até hoje não sabe direito o que quer da vida (ou até sabe, mas não sabe como lidar com isso direito). Espero que um dia se ajeite, pois do contrário pode se machucar muito e, pior ainda, machucar quem jamais vai entender a situação e deve (com toneladas de razão) se sentir usada e enganada (mesmo que esta não seja a intenção dele).
O Ex2 foi meu “namorido” pro quase dois anos, nos quais moramos juntos. Encontrei-o no dia em que fui encontrar uma turma de amigos dele, que viraram meus amigos também. Sabia que ele estaria no local, mas estranhei a ausência do atual namorado dele. Os olhos vermelhos e a bebedeira do rapaz já denunciavam: tinham terminado naquele mesmo dia, mais cedo. Fiquei com o coração apertado em vê-lo naquela situação (e puto em saber, pelos amigos, alguns detalhes do barraco que foi o “término” deles). É triste ver sofrendo assim uma pessoa de quem você gostou tanto. Mas, como já era de se esperar, fiquei sabendo no dia seguinte que eles estavam conversando e que, invariavelmente, reatariam no mesmo dia. Só espero que a reconciliação tenha compensado todo o estresse da véspera.
O Ex3 eu acabei encontrando, por acaso, no mesmo bar. Ele foi meu “namoradinho” por umas três semanas, sendo que depois ficamos ótimos amigos. Para mim ele é a comprovação da teoria que todo grande galinha é, na verdade, um romântico inveterado, e que o grande número de bocas (e outras partes menos publicáveis) que beija é, na verdade, a busca incansável pelo verdadeiro amor. Pois bem, esse cara, que sempre foi um baita safado e pegador, já está namorando há mais de dois anos um rapaz super gente fina. Mais, está bem quietinho e os dois foram morar juntos há poucos meses. Adoro esse casal!
O Ex4, que também encontrei por acaso, é um cara com quem tive um relacionamento de uns dois meses há bastante tempo. Eu estava no início da minha vivência gay e sei que ele depositava muito fé na nossa história, ficando muito abalado com o término. É um cara de quem gosto muito, mas com quem tenho quase nenhum contato. No início, por afastamento voluntário (dele) que necessitava de distância para se recompor. Depois, por imposição no atual namorado (estão juntos há quatro anos) que, pelo que sei, morre de ciúmes de mim. Pois eu fiz questão de ir cumprimentar os dois, de reclamar do Ex4 (na frente do cara) sobre o sumiço dele e (só de sacanagem) pedi em alto e bom som o número de seu telefone, que eu não tinha mais. Só que ele, por medo do namorado, disse que me passaria depois, por email, ao invés de me falar lá no local. No dia seguinte, me escreveu pedindo desculpas por não ter conversado comigo direito, mas era porque o sujeitinho lá tem especial ciúme de mim (“ele não é assim com todo mundo, mas com você é diferente”). Foda é que o viado não tem coragem de conversar comigo na frente do namorado pra não aumentar o beicinho dele, mas não tem vergonha em beliscar a minha bunda no meio do bar quando o outro olha para outro lado.
É cada uma que me acontece...
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