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quinta-feira, junho 26, 2008

Planos


Não posso dizer que eu seja uma pessoa exatamente organizada (muito pelo contrário), mas dentro do que posso chamar de "meu planejamento de vida" sempre tive uma coisa muito acertada: primeiro precisaria comprar meu apartamento, para só depois pensar em comprar um carro. Dito e feito. No final do ano passado dei entrada no meu apê e consegui sair do aluguel. Hoje pago as prestações do financiamento e, tentando amortizar a dívida todo mês, quero quitá-lo em no máximo mais dois anos. Neste cenário, só planejava tratar da questão do carro quando a dívida já estivesse bem reduzida, e pensava que esta nova aquisição deveria ser vista lá pelo final de 2009, pelo menos.

Acontece que o final de semana passado embaralhou tudo e minha cabeça quase pirou. Explico. Por questões de trabalho, tive em minhas mãos um carro importado, liiiiiiindo, super completo, todo bacana, sob meus cuidados desde sexta-feira passada até a manhã da segunda-feira. Não era exatamente um carro novo, mas era TUDO DE BOM, 2.0, com câmbio automático, direção hidráulica, ar condicionado, air bags, bancos de couro, e uma série de outas cositas mas.

Sabe quando falam de homens que se realizam através do seu carro? Sempre achei isso meio babaquice, mas vivi na pele esta sensação. Dentro do "meu" carro me senti mais importante, mais potente, mais confiante, mais bonito e com um pinto cinco centímetros maior.

Isso não apenas por mim, mas também pela reação das pessoas quando me viam com o carro. O porteiro da casa dos meus pais, por exemplo, ficou babando, achando que a máquina era minha de fato. Até porque começar a andar num carro bacana serve como um sinal para os outros de que a vida está melhorando, de que há sucesso e dinheiro no caminho da sua vida.

E fora questões de ego à parte, tem também questões bem práticas na parada. Sexta e sábado fui a duas festas muito bacanas, mas que também eram muito longes, impraticáveis de ir de ônibus (e muito menos de taxi). Minhas opções seriam depender de carona (com todos os inconveniente de ficar na dependência dos outros) ou correr o risco de ficar em casa e perder noites excepcionais.

Pra esclarecer, uso quase sempre o carro da casa de meus pais, mas nem sempre dá pra contar com ele. Um exemplo quase trágico disso foi quando fui pegar o carro no dia 12 de junho passado e ele não estava na garagem. E nem pude reclamar, pois não apareci com nenhuma namorada pra minha família que justificasse um piti meu pelo carro exatamente naquele dia.

Por algum tempo, fiquei severamente tentado a ficar com aquele carro só pra mim, ou a fazer uma série de outros negócios que me garantiriam um carango só meu nos próximos dias. Mas foi só por algum tempo mesmo. Pouco depois, a razão retomou seu lugar, alertando que ainda não é a hora.

No fim, pelo menos ficou o gostinho do tempo que passei com aquela belezura de carro, os bons momentos proporcionados, e a sensação de que meus planos de compra podem ser adiantados um pouco. Quem sabe?

Certo é que, após este episódio, relembrei que não seria o carro que me faria mais importante ou potente, já estava mais confiante, continuava com a mesma beleza de sempre e com um pinto que, graças a Deus, já é de bom tamanho.

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