Sexta-feira meu amigo de Brasília esteve em BH e me chamou pra tomar uma cerveja e colocar o papo em dia, afinal ele não aparecia aqui há quatro meses. Foi um encontro bacana, falamos sobre muitas coisas, família, trabalho, planos futuros, relacionamentos.
Percebo que ele realmente faz um certo esforço para compreender de verdade a minha “nova vida”. Pergunta sobre namorados e coisas assim. Disse-me que agora virei seu consultor para “esses assuntos” e me perguntou minha opinião sobre alguns amigos das antigas – se ele são gays ou não.
Mostrou-se meio inconformado sobre o caso de um colega nosso de faculdade que namora uma garota há anos, mas que ele tem fortes suspeitas de que seja homossexual. (Bem, eu, além de fortes suspeitas, tenho informações confiáveis de que ele, pelo menos, já experimentou o babado.) Tive que explicar uma série de coisas sobre fases da aceitação própria para mostrar-lhe que nosso colega pode não estar sendo tão canalha assim, mas talvez ele tenha tesão por homens mas, ainda assim, goste de verdade da garota. Ou seja, talvez ele nem saiba direito o que quer da vida... (Aliás, conheço alguns outros casos assim. Este é um assunto que merece um post inteiro só sobre o tema!)
A cada nova informação recebida, ele se mostrava um pouco mais surpreso sobre com o mundo gay está tão próximo da vida “normal” mas pouca gente se dá conta. Mas, mais impactante que qualquer lição teórica foi uma (não planejada) lição prática!
Depois de umas biritas fomos pegar uma amiga pra sair pra dançar. Rodamos, rodamos, rodamos, e paramos... numa boate gay! Um tipo de local que ele nunca tinha ido e que também não tinha se programado para conhecer naquela noite. Tá certo que o fato de ele estar “protegido” pela nossa amiga (hetero também) facilitou as coisas, mas ele realmente ficou “de cara” com algumas cenas que viu. Compreendo muito bem, pois até eu, que sou gay, me assutei quando entrei pela primeira vez num lugar em que casais de dois homens ou duas mulheres são a regra, e não a exceção. (Melhor nem mencionar as variações possíveis de trios, né???)
Para os que nutriram uma certa expectativa (especialmente por conta do título do post), lá vem o balde de água fria: ele não ficou com nenhum cara não, viu? Muito menos comigo! Só pra lembrar, o cara é hetero, ok? Sorry, guys! Hehehe!
No final das contas, foi uma baladinha muito legal, na qual pudemos reforçar uma relação de amizade que o tempo e a distância não abalam. Se os amigos são os irmãos que a gente escolhe, este cara é como se fosse um siamês para mim.
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