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domingo, janeiro 01, 2012

Atendimento


Já era uma tradição: toda viagem ao Rio significava a compra de uma sunga nova na praia de Ipanema. Ali mesmo, na areia, ficada uma porção de areia um pouco elevada, onde as centenas de sungas eram expostas. Coloridas. Provocantes. Para todos os gostos. O cara que assinava as sungas estava sempre por lá. E sempre mais um ou dois caras, sempre sarados, vestindo alguma das peças. Batata! Você vê um sujeito gostosão com a sunga e se imagina do mesmo jeito com ela. Hahaha! Quem na gosta de se enganar, né? Eu mesmo me enganei assim várias vezes.


O roteiro não variava muito. Achava uma sunga bonita. “Tem que ver como fica no corpo. Experimenta aí.” O bonitão vem com uma canga e te envolve para você fazer a troca, no meio da praia. Vira de um lado. “Olha só como ficou bacana…” Vira de outro. “Esse tecido assim valoriza o material.” Olho no olho. Sorrisão aberto. “E aí, gostou?” Quase sempre nem destrocava a peça. Chora um pouco o preço, pede desconto pra levar mais de uma, e a minha coleção de sungas “Ricardo Diniz” só aumentava.


Nunca levei um produto que não gostasse, mas reconheço que o atendimento fazia toda a diferença. Já na viagem de outubro passado o procurei, mas não o achei. Perguntei a uma pessoa de uma barraca que fica lá perto. “Olha, um menino que trabalhava com ele saiu. Ele parou de vir todo dia, aparece de vez em quando.” Desconfio que o tal menino era mais que mero funcionário, mas também namorado, marido, sei lá… No reveillon, procurei novamente, em vão. Pena!


Indicaram a mim um outro ponto lá perto onde também havia sungas a venda. Abaixo de um guarda-sol branco com estampas em verde. Algumas das sungas estavam penduradas no guarda-sol, e outras em uma enorme bolsa na areia. “Pode olhar os modelos aqui.” indica o vendedor, que atuava só, indicando que poderia espalhar as peças numa canga ao lado. Começo a olhar sem tirar as sungas de lá. Variedade bem menor. Beleza bem menor. O sujeito se põe na minha frente de forma abrupta, como se estivesse fazendo algo errado. “Não é assim. Deixa que eu mostro pra você, bebê.” e dispara a expor as sungas que eu já tinha visto (e detestado) na tal canga.


Já fiquei espantado. Que deselenagnte! Quem a maricona pensa que é? Afinal, que nasceu pra Bruxa do71 nunca chega a Teresa Cristina, pombas! Acho que a minha cara de espanto foi muita. “Você fala português?” me pergunta o exu, achando que sou gringo. Mal balbucio que entendo tudo que acontece.

Gosto de uma peça. Um modelo com estampa de fitas do Bonfim, em tons de cinza, interessante. Estava prestes a levar. “Tem que vestir pra ver como fica.” Eu não estava pensando em provar, mas aceitei. O vendedor vem com a canga e eu troco. Vestiu legal, até. Pergunto de não teria um modelo daqueles em cores, até como forma de sugestão de estampa. “Assim fica muito colorido. Coloca a bandeira do arco-íris de uma vez, então! Pois se fizer ma sunga assim só vou vender pra gay.” Eu dou uma olhada em volta e penso: como assim?! Onde o sujeito acha que está? Na porta do Maracanã?!?!?! Ele não reconhece o público dele ao redor?!?!?!


Nesse momento decido não levar nada. “Olha só esse tecido molinho, fixa bem no corpo. mostra mais, etc…”, ele insiste. “eu não gostei” respondi, seco, mostrando que era fim de papo. Foi então que aquele umbral ambulante fez a coisa mais grosseira possível: me estendeu a canga que usava de vestiário pra eu me trocar. “Você consegue sozinho.”

Quase não acreditei. Pedi ajuda ao Personal, que estava comigo, tirei a sunga e deixei cair no chão, pisando em cima. “Sunga na areia!”, diria Cleyciane. A cacura ficou puta da vida quando viu a peça dela à milanesa e começou a me praguejar. Viro as costas e deixo aquela mistura de Clodovil com Elza Soares resmungando sozinho.


Verdade seja dita, eu até tinha gostado da sunga, e o preço era bem menor do que eu costumava pagar com os outros vendedores. Mas detestei o atendimento recebido, e por isso não comprei. Quase disse isso na cara do sujeito, mas ainda bem que não o fiz. Ele não merece sequer esse toque. Mas aos amigos do blog, fica a dica. Atendimento é tudo!

quarta-feira, junho 23, 2010

Compras

Às vésperas do Dia nos Namorados, estava eu rodando em um shopping aqui de BH, para comprara o presente de Personal. Havia decidido dar uma cueca bacana e um par de óculos escuros.



Pra comprar a cueca, foi tranquilo. O negócio é que os vendedores atendiam como se a compra fosse para mim, e eu não fazia questão de explicar que não se tratava disso. No local onde comprei, não sei se a mulher estranhou quando pedi que embrulhasse pra presente. Pelo menos, não demonstrou nada diferente.


Já para comprar os óculos a coisa ficava meio esquisita, pois já chegava dizendo que era pra presente (não dizia de que) e pedia pra ver os modelos masculinos. Nem queria fingir que era pra mim, pois em termos de óculos temos gostos e estilos de rostos bastante diferentes. Acontece que nas minhas andanças identifiquei muita gente em situação parecida com a minha, e foi na loja de óculos que rolou o seguinte diálogo entre um cara - visivelmente bichinha - e o atendente.

- Eu quero ver os modelos de óculos escuros que você tem.
- É pra você?
- Não, é presente.
- Para homem ou pra mulher?
- É para um (cof, cof, cof) "amigo".

E foi nesse momento que o atendente, que já devia ter atendido vários na mesma situação, lançou a pergunta que pra mim fantástica - foi objetivamente ao ponto sem ser ofensiva ou deselegante.

- E o seu amigo tem um estilo mais discreto ou mais... despojado?


Foi quando eu pensei: "Despojado"? Quer dizer agora que pintosa mudou de nome?

terça-feira, abril 27, 2010

Alegrias pequeno-burguesas


Este fim de semana me senti igual aquelas donas de casa que terminam de pagar as 12 parcelas do Carnê do Baú e finalmente podem comprar um ferro de passar a vapor com cinco regulagens de temperatura, e finalmente aposentar o velho Black & Decker pesadão.

Bom, meu caso não é tão drástico, mas fiz algumas aquisições para o apartamento que me deixaram com sensação de classe média emergente. Primeiro foi a aquisição de uma máquina de lavar. Para um cara que mora sozinho e gastava os tubos com lavanderia, isso não é necessariamente um pequeno luxo, mas sim uma medida de economia doméstica de longo prazo.

Ainda assim, achei mega empolgante passar o fim de semana inteiro colocando roupas na máquina pra lavar. Tenho certeza que em um mês, o que hoje é "Oba, vou lavar um monte de roupas na máquina!" vai virar "Saco, tem um monte de roupa pra lavar na máquina...". Por isso mesmo fiz questão de aproveitar muito bem a fase boa da minha relação com o brinquedinho novo.

A segunda aquisição foi um pacote de HDTV da Net. O mundo realmente fica mais bonito em alta definição. E entre um ciclo e outro da nova máquina de lavar, vi uns documentários bacanas sobre predadores na selva africana, com hienas e leões mutilando o pescoço de pobres veadinhos, e sangue escorrendo por seus dentes, bem vermelho e brilhante. Quase dava pra sentir o cheiro...


Bom, pra brindar o final de domingo, uma sessão de X-Men Origins: Wolverine, em HD, claro. E ao ver a cena do Hugh Jackman saindo raivoso e peladão de uma banheira, com veias saltando pelos braços, só consegui pensar: "Isso sim que é alta definição!".


E assim, aos poucos, o apartamento novo vai ficando com menos cara se provisório, e com mais cara de um lar verdadeio.
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